DOS SONHOS E SONHADORES
Sei que tudo que falo é confuso
e difuso, sem a extensão desejada; então
abraçados nesta madrugada, sussurro:
Este desinteresse do qual me reclamas, amor
Veio das chamas de uma antiga felicidade que passou
Na mais tenra idade, na qual sonhar era viver
E sei que vencer não posso; o sonho não vingou.
Mas sou um derrotado que vence.
Uma vez ao menos, entenda-me antes de sorrir,
pois a felicidade de um sonho
foi furtada pela fatalidade de outro.
Queria eu, ao menos matar uma dessas aspirações,
pois assim seria mais fácil conviver comigo em mim,
e não a cada dia ficar assim, nestas inexatas divagações
Mato o sonho, mato a felicidade, vem a verdade.
Mas sonhos não se matam; com vontade própria, sempre vivem!
Nesta despedida pouco importa a verdade.
Juntamente com a felicidade vai a vida.
Amada , “matei o coração para não vê-lo sangrar”
Então vamos juntos dançar, não tem jeito!
Neste palco, bem ou mal, ou vivemos ou morremos:
levados de canto a canto como marionetes
lutando contra o tempo, terrivelmente breve
Para os leves sonhadores que aqui jazem.
Mas não seja tola querida, saiba que este tom sublime
pode ser tanto da morte quanto da vida!
Gladson Fabiano
26 de Novembro de 2008
