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BLOG NÃO EM TESTE... "A CADA DIA QUE VIVO MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS,NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A NOSSA FELICIDADE." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

Corta-se as asas e as bordas de todo e qualquer grande autor ao tentar encaixá-lo nas paredes exíguas de um movimento artístico. Bom, ao menos foi esse o meu pensamento ao saber que a obra de Machado foi romântica e tornou-se realista, singeleza simplista, acredito assim, que não criou estilo único. Um brinde ao verme da mediocridade, que comem os livros para que possam entrar nas prateleiras.

Gladson Fabiano

31 de fevereiro de 2008

Olhares


Eis aqui o amor que não há,

mas o que é este macio saborear de olhares,

que de mim para ti fala, ou de ti para mim indagas:

- O que transparece nesses acidentes de olhares

que deslizam e acabam por cair os meus nos teus

e os teus nos meus? Segundo secular tão dono se si,

que despreza o seu porquê, degusta tão somente o que é.

E antes que os olhares se deslaçam e voltem a andar

acariciam um ao outro neste cumprimento

confuso, assim meio que difuso, segredando o possível amar.

Glasdson Fabiano

Não minha amiga

Não faça isso

O ontem é por demais finito

Turva o futuro infinito

Que poderia viver

Quero viver o futuro

Sem nunca esquecer

o passado que nos trouxe aqui,

das tuas escolhas, mesmo que tão suas

quanto este corpo emprestado.

não desista ; o caminho mais fácil é não viver,

mas para que isso se já está aqui?

Viva e deixe viver

as lágrimas brilharão no teu sorriso.


Gladson Fabiano

Depois da linha


Quem é vivo e vivendo está,

agora, depois dessa mal estar:

sombras que moldam a luz,

não esquece nunca de andar.

mesmo que parado no mesmo lugar

fecha os olhos e vê a chama que seduz

seduz a vida que foi vida,

e furta a vida que será!

Mas onde encontrar posso

a certeza de meus passos?

a plenitude do compasso

Que rege o caminho que faço

Não sei, nunca saberei

Mesmo assim olho a luz

A minha frente e sei

Lá, horizonte que conduz


Gladson Fabiano



Dos limites

Será equivoco acreditar-se

capaz de transcender-se?

Tenho medo do futuro das coisas, mas

temo mais ainda o passado que nos fez.

Temo em descobri-me fora de mim,

como que assassinado o eu, assim

pela dúvida das escolhas.

Acredito nos sonhos, mas o sonho

Será a verdade por trás da cena

Ou apenas a esperança pequena,

Modo a enganar seu enganado sonhador.

Mas quando olhar o espelho contido

dez, vinte ou trinta anos depois

olharei alguém que sonhou

(não sei se em ser o que se tornou)

Mas ainda certo de estar vivo e ter vivido.

Gladson Fabiano 21 de março de 2008

Onde não há setas

A falta de um caminho a seguir é um problema na vida de qualquer um, mas o que posso falar do excesso? Quando a fugaz alma lança-se ao gosto de mais de um caminho, e mais ainda quando esses caminhos são consideradamente opostos, o que fazer? Alma que anseia pela eternidade, mas que o tempo, algoz indissolúvel, está zombeteiro a martelar, um dia após o outro, dia após o outro, até que não haja mais o outro. Mas eis que entra aí a lição Quixotesca. Há sonhadores que são indignos dos seus sonhos, porém há sonhos que nada valem, senão o sonhador. Neste palco também está de esguelha a transcendência humana; será que é um tolo aquele que busca mesmo sabendo que não irá alcançar? Agonia de uma vida enfadonha e existência inútil. Mas quem poderá dizer até onde podemos chegar? O que legitima antecipada e soturna conclusão? Até onde podemos, em nome dos sacrifícios necessários, chegar? Não sei, mas os pés caminham, sempre caminham.

Gladson Fabiano, 11 de março de 2008

Sobre paredes e homens


Temos os costumes de depreciar os esforços alheios, ou muitas vezes contar algo sobre si que sobrepuja o outro, que dá no mesmo, somente muda-se o foco, a proporção continua. Nós por cima, o outro por baixo. Tanto o é, que conhecemos a velha lorota dos pescadores, onde um rebaixa o outro mentindo mais. Mas somos tão mesquinhas que não notamos que cada parede tem sua espessura própria, e cada pessoa, seus méritos que valem por si mesmo, e não porque há maiores ou menores. Será fato insignificante uma criança aprender a falar ante a invenção do telefone? Ou apenas porque falar e comum a todos seres humanos. Falaremos para nossos filhos ao darem os primeiros passos “Andou? Isso é besteira, corra!” e quando correr e feri-se, “Esse aranhãozinho aí? Besteira, eu sofri mais quando quebrei a perna” e assim vai crescendo a dor e o desprezo pelas conquistas alheias; discurso de parabéns comum é “Passou no vestibular? Ah...difícil não é entrar, é sair...”

Gladson Fabiano, 11 de março de 2008

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