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BLOG NÃO EM TESTE... "A CADA DIA QUE VIVO MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS,NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A NOSSA FELICIDADE." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

Dois pores-do-sol em um só dia


Já desisti sem lutar tendo tudo a vencer.

Com todas as armas em mãos, de olhos fechados,

sem pensar, sem hesitar, dizia não!

Esperança é a espera do nunca agora.

Cansei de acreditar na esperança.

Basta! A aurora que se afasta pesa sobre meus ombros:

Que me bata a guerra, que me venha os sonhos.

Que se faça tempestade e me saia da face a brisa idade!


Determinado assim, não havia mundo Golias, para eu Davi.

Com duas mãos apenas, era eu exército.

Não havia perigo ao exercício da bravura.

Eia intrépido coração! Nesta compostura vencerá o mundo. Exceto

pelo acaso; fortuito caso de um reviver: enganosa ressurreição.


O que aconteceu com o mudo que era meu?!

Respondo-te por ser ilegítimo culpar alguém

Meu bem, tudo começa e termina com a poesia (ou poeta?) que morreu:


Do que vale a vontade e certeza de vencer se não me deixa lutar?

De forma súbita e desavisada não há onde pisar.

Meus braços pesam, meus olhos não chegam ao coração

da batalha. Queres me forçar a fina mortalha usar, amigos:

eis o símbolo da forjada paz. Toquem o címbalo ao corpo,

que volta do combate perdido sem ter ido.

Sejas bem vindo!


(Consegues entender agora o que é ser o Derrotado

não por medo de lutar,

ou por combater e perder,

mas, perecer por não te deixarem batalhar,

por tomarem tuas armas,

tirarem tuas forças,

retirarem-te de forma inquestionável do campo de batalha,

Ser vencido por você falar simplesmente não ser possível vencer

sem abertura para vírgulas, reticências, só ponto e pronto).


Mas já é por demais tarde para que eu volte

a todo tempo andar com meu velho guarda-sol,

(na chuva, temendo o sol)

a todo tempo proteger-me com meu velho guarda-chuva.

(no sol, receando a chuva)

Não há sombra, nem vida sob guarda-chuva ou guarda-sol,

que não guarda, priva-nos.

Deve-se saber que é proibido usar guardar-vida.

Gladson Fabiano

26 de junho de 2009


Machadiana


Cada passo teu, engana-me que impreciso foi

Ao meu lado, olhar sempre dissimulado

Prometido, o eterno condenado sofrido, pois

Inerente ao meu sofrer que seja; o que querer?

Teu sorriso que é vago deslizo, nele a me perder...

Uma resposta enfim, que nunca terei em juízo.


Se passasse despercebida seria feliz.

Onde deixei as chaves que me roubastes?

Faz-se dengosa, penosa meretriz!

Inveja-me da fortuna, a liberdade que quis

Agora e enfim, continue a piar sem o cão a seguir-te perdiz.

Gladson Fabiano

16 de julho de 2009



Tua luz


O enlace de tuas vibrantes asas

Enervante por mim passa

Tua graça, anjo cálido e divino

É vida que me traz o sol matutino.


A luz dissolveu-se nos lábios da negra bílis

Jamais o céu comoveu-se das trevas de minha íris

Da Peste que fizeste em minha carne moribunda

Apodreceu-me a triste idéia imunda:


Diáfana era tua luz celeste que me fez amar

Cabida perfeição, arranjo de uníssona candura

Compostura fiel à eterna devoção de te contemplar


Mariposa sedutora faz-te de borboleta à minha retina!

Anjo e Demônio, maldito matrimônio a enganar

Saiba ao fim a verdade: tua luz mais cega que ilumina!


Gladson Fabiano

16 de julho de 2009


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