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BLOG NÃO EM TESTE... "A CADA DIA QUE VIVO MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS,NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A NOSSA FELICIDADE." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

DOS SONHOS E SONHADORES


Sei que tudo que falo é confuso

e difuso, sem a extensão desejada; então

abraçados nesta madrugada, sussurro:


Este desinteresse do qual me reclamas, amor

Veio das chamas de uma antiga felicidade que passou

Na mais tenra idade, na qual sonhar era viver

E sei que vencer não posso; o sonho não vingou.


Mas sou um derrotado que vence.

Uma vez ao menos, entenda-me antes de sorrir,

pois a felicidade de um sonho

foi furtada pela fatalidade de outro.


Queria eu, ao menos matar uma dessas aspirações,

pois assim seria mais fácil conviver comigo em mim,

e não a cada dia ficar assim, nestas inexatas divagações


Mato o sonho, mato a felicidade, vem a verdade.

Mas sonhos não se matam; com vontade própria, sempre vivem!

Nesta despedida pouco importa a verdade.


Juntamente com a felicidade vai a vida.

Amada , “matei o coração para não vê-lo sangrar”

Então vamos juntos dançar, não tem jeito!

Neste palco, bem ou mal, ou vivemos ou morremos:


levados de canto a canto como marionetes

lutando contra o tempo, terrivelmente breve

Para os leves sonhadores que aqui jazem.


Mas não seja tola querida, saiba que este tom sublime

pode ser tanto da morte quanto da vida!


Gladson Fabiano

26 de Novembro de 2008



Da vontade dos balões


Certa vez ao ver um balão subir

Lembrei-me de nós antes de partir


A dor que sentimos não foi o algoz

Foi o futuro que nos matou

Planos ficaram no tempo atroz


Somos folhas que a relva desprendeu,

que falsamente livres andam sem saber

onde fomos ou vamos ao tempo que já morreu?


Certa vez ao ver um balão subir

Não pude fazer nada, a não ser vê-lo sumir.


Gladson Fabiano de Andrade Sousa

22 de Novembro de 2008





Embate


Para mim, como alguém que a palavra cumpre o lugar, não apenas da expressão do sentido, mas o construtor do próprio sentido nem o silencio é incomodo, pois não é ausência da palavra. Mas a morte é a angustia do não saber o que se sente, uma dor que pungente implode no desconhecido íntimo de degustar algo que não se sabe nomear. Se bem prestar atenção nada é o homem, como um ser que vive do invento de sentidos, senão palavras. Pois aquilo que não nomeamos, não sabemos ao certo o que é. Queria eu, como muito já fiz, prestar mais uma homenagem às palavras, mas por aqui fico com a intenção. Esses socos que cá sinto no peito, não saem; se fosse o caso de não existirem palavras fácil resolveria; criaria outras e outras. Mas não. Incapaz fico diante do papel, a dissertar sobre esta incapacidade, esta será a única vaga idéia que poderá fazer do que sinto ainda que nunca desista, e tenha a certeza que não o farei, de brigar com sentimentos e palavras.


Gladson Fabiano de Andrade Sousa

22 de Novembro de 2008


Antítese


Amo as antíteses,

pois em tudo reside,

latente na matéria,

algo contrário a si

que nos revela

a verdade sobre as coisas


As comparações,

almejam melhor entendimento,

mas apenas reduz o que é imortal

à luz do que é medíocre

e normal, posto que comum


Pois numa aparente

incompreensão de duas coisas

que, por ventura, não se tocam,

ainda há uma tangente,

que sensibiliza a razão

da gente de tudo entender,

mas nem tudo explicar.


Porém nada tenho contra

a comparação se for também antítese,

pois opor é ainda comparar.


Assim, neste enlevo surge

da epifania desta poesia

a adversa vida que nos mata

e nos faz completos

tão contrária a si.

Gladson Fabiano

19 de agosto de 2008



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