O DESRESPEITO
O conheci no café da esquina, só nos restava um pão de queijo. Eu estava atrasada. Ele avistou primeiro o derradeiro pão de queijo, mas fingira que não o queria, deixando-o assim, para mim. Então, entrando na ciranda, eu fingi que não percebi. Mas propus dividi-lo. Eu usava meus óculos escuros, por receio que alguma lágrima da noite anterior ainda estivesse em meu rosto: “Nunca mais amar” fora a minha resolução. Em meio a conversa, tão quente quanto o café, notei sem querer que “a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar” estava escrito na capa da agenda dele. Em menos de dez minutos nos despedimos, sem menor compromisso futuro. Falei “tchau”, pensei “adeus.” Sem querer me atrasei nos dias seguintes. Quando havia mais que um pão de queijo esperava restar o último. Ás vezes, comprava todos e deixava lá o nosso último. Mas não queria correr o risco de chorar um pouco, não me deixei cativar. Ele me desrespeitou, mas não, não me deixei cativar. Acho que afinal, amor é desobediência mesmo. Por fim, não consegui evitar as lágrimas, nem mesmo no casamento...
Fabiano de Andrade
4 comentários:
É... tchau... não te respeito, mas te deixo um pão de queijo... FuiZZ!
tinha que ser justamente pão de queijo?! xD
Não tenho culpa, foi assim que aconteceu. Um desrespeito mesmo.
me respeite rapaz!!! cativante po!
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Você acha isso mesmo?! Hum... interessante XD