IRONIAS DAS IRONIAS
A Ironia é arma devastadora, lares que poderiam se aquecer com a energia nuclear de uma infantaria. Certo dia enojou-me a ironia - o cinismo que corrói a claridade do peito aberto. Foi quando o humour servil ao algoz dos que se arrogaram por terem uma pedra em mãos e saber como usá-la, e não como elevação de um estado ou de uma ótica. Desgraça dos altivos, fazem dos ombros dos irmãos sua escada. A indiferença é a lei do ironista inveterado; a afetação, sua pena. Não se ama, sinceramente não se ama: ah como não te odeio... Piedade: importo-me tanto com você quanto o mundo... Ironia: quando um ato vira seu oposto, pretensiosamente desejando ser o mesmo ato, porém com maior energia, algo sempre se perde, uma essência escorre de seu negativo. Perde-se no subtendido, talvez não o sentido em si – que é tendencioso - mas o dar-se a cara à sinceridade, a vivacidade de ser puro, de ser inocente, de se ser e só; e não pensar por demais nas conseqüências, em como podemos deste modo nos ferir, sermos frágeis, pois ao passo destes pensamentos, nos abrigamos em um anestésico asilo: e quem nota que a ironia, por vezes é mais defesa que próprio ataque?! Grande peito, finíssima imensidão. Deste modo, a ironia torna-se um maldito verme que destrói a integridade. Assim, se pode ferir, sangrar, matar! pelo simples receio bruto de morrer. Não é cada vida feita de várias mortes em si? Ah morre-se muito para poder-se viver. Mas todos fogem – proteção, manutenção, conservação, covardia –, bem aventurado os que sabem morrer, pois esses estão condenados à vida. Perdão, novamente ironia...
Fabiano de Andrade
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Você acha isso mesmo?! Hum... interessante XD