nAdA AindA

BLOG NÃO EM TESTE... "A CADA DIA QUE VIVO MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS,NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A NOSSA FELICIDADE." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)


Sobre ser Fernando Pessoa


Não amigo, ao escrever nunca pensei em ser Fernando

Fulano, Cicrano, ou Pessoa algum, ainda porque, nunca seria ele

Nem ele mesmo cumpriu a missão de sê-lo, ao menos apenas ele

Ou não sabe do camponês Caeiro e de seus discípulos;

O rebelde Reis e o angustiado Campos?

Sendo trânsfuga de si o Pessoa porque motivo haveria eu querer sê-lo?


Querer ser Pessoa é vão, apensar dele ser poeta, já se foi!

Silencio! Não choremos à morte do poeta.

E deixemos desse preciosismo piegas

Sobretudo porque quem morreu foi o poeta e não a poesia.


E não há vantagem em repetir um poeta, meu amigo, apesar de

Todos estarmos fadados a repetir assim mesmo.

Sim! Repetir! Duvidas das coleções de mesmices do mundo?

Mas como são belas as mesmas coisas a cada dia.


Ou acredita mesmo que o mundo onde tudo vale à pena

É tão diferente do vasto mundo do Raimundo?

Ou será que somente no coração português

O amor arde sem se ver?

Não meu caro amigo é inútil ser O poeta.


Mas encontro talvez o porquê do teu desprezo

Em dizer que não sou nem nunca serei Pessoa alguma

Se encontrou no meu escrever algo que te lembrou o Fernando

Culpe o mundo e não a mim que nos impôs a mesma matéria

Ou se queres dizer que viste algo que lembre o talento dO Poeta.

Digo somente obrigado.



Alguns falam que nossa missão não é imitar, mas recriar, inovar

Polir o velho, ou quem sabe destruir e reconstruir o novo

Bom, não sei ainda qual é a minha ou qual era a de Fernando Pessoa

Nada ainda sei por enquanto, nem enquanto via durar o enquanto

Mas acredito que minha missão algo tem a ver com o que vivo a fazer

Escrevo apago reescrevo dobro e guardo sem saber se alguém irá um dia ler

Mas na verdade nem penso se irão ler, apenas escrevo e pronto

Como uma necessária birra infantil.


O mundo é o mundo, e eu não sou Pessoa.

Mas é muito jovem para saber disso tudo amigo poeta,

E saiba que muito me preocupo contigo,

Escuta-me antes que se enfade de viver:

Há um sol apenas, e uma lua sobre nós

Mas não fique a comparar e dizer que todos os dias são iguais

Ou que todas as auroras e crepúsculos são os mesmos.


Vejo que agora cometi um elogio inconsciente

Perdão pela modéstia do equívoco,

Também não sou aurora ou crepúsculo


Mas se enfim amar a mesma mulher a vida toda

E no fim ela nunca ser a mesma, foste feliz e amou,

E foi poeta, pois o redescobrir é poesia.

Ai então volte e conversaremos sobre quem quero ser...

Gladson Fabiano

29 de junho de 2008

3 comentários:

tem uma frase da Ana Cristina César que eu lembrei agora..
"A gente sempre acha que é Fernando Pessoa" hehe


bê,
escreves super bem viu?!

adorei mesmo

;***

A revolta produz mesmo coisas incríveis !!
Acho que esta foi a melhor das tuas poesias, tio Glad. Sério msm..
Quando queremos muito expressar um sentimento, saem essas coisas lindas ^^~~
Vou ficar te provocando só pra vc escrever mais poesias como essa :D
Glad, vc quer ser Drummond...
hsusasuahauhsauas

eu acho que essa poesia é uma resposta para mim que disse que tu só queria ser Fernando pessoa, tá dado o recado!!! na hora, maluco doido.

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Você acha isso mesmo?! Hum... interessante XD

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