Do amor
A vida parece resumir-se na procura, nisto é determinante a carência. Talvez não exista algo tão comum a todos do que a necessidade da busca. E isto pode ser dito tanto para os negócios quanto para o amor, tudo no ferrenho desejo de ser feliz – ou posso dizer alcançar um estado de completude. Mas se o amor não deu certo, amor que se entende em um modo de misturar nossas vidas às alheias, sente-se uma dor imensurável, “mas a vida continua” sempre na busca de um novo amor, e na possibilidade de outra dor. Mas há algo que me parece está errado nesta idéia de amar, nesta busca incessante da cara-metade. Quem podemos culpar por nos sentirmos incompletos, podemos condenar o outro ser incompleto por não possuir metade do quebra-cabeça? O amor se tornou loteria, a felicidade, dependência. O amor não é um contrato de preenchimento, um acordo que se faz com o outro de andar sempre juntos. Talvez mais seja amor a madura decisão de andar separados, para que primeiro se possa aprender a andar só (ou amar a si mesmo) do que a famigerada perseguição da associação de corpos, na intima idéia da posse reflexiva.
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Você acha isso mesmo?! Hum... interessante XD