DO SOFRER E AMAR
Eis Decepção...
Parece uma sina,
Tamanha sina atroz...
Linha que definha
Assassina quem caminha
Que traz sabatina
Que leva à guilhotina
Céus!
Foice nessa sina!
Foi-se essa sina
Meu ex-facínora,
Minha ex-rotina...
Meu ex-algoz
Pois, Eis Amor!
Seres de sofrimento,
Do lamento e da neblina
Que fulmina tanto e lento
A Graça do possível porvir;
Impossível será senão fizer
Do sofrer inevitável, um bandolim
Que ao retesar, arranhar, roer
Consumir-se, sangrar e viver se afina.
Pois se faz canção sublime senão
Do ferir das cordas deste bandolim.
E para a dor advinda, a divina providência
Não providenciou nem sequer cogitou
Morfina nem penicilina a ajudar
Sobre Sofrer e Amar sentenciou:
Não há vacina nem nunca haverá!

Fabiano de Andrade
23 de fevereiro de 2011